Você já sentiu raiva e amor ao mesmo tempo? Ou vontade de se aproximar e fugir de alguém na mesma hora?
Essa mistura de emoções é mais comum do que parece — e é um dos sinais mais claros de que há feridas emocionais pedindo cura.
O que é a confusão de sentimentos
A confusão de sentimentos é um estado emocional em que diferentes emoções se sobrepõem e se contradizem, gerando dúvida, culpa e paralisia.
Não se trata apenas de indecisão, mas de um conflito interno entre partes suas que querem coisas opostas: uma quer proteger, a outra quer se arriscar; uma quer controlar, a outra quer se entregar.
Na psicoterapia, chamamos isso de ambivalência afetiva — um sintoma comum em pessoas que viveram traumas, rejeições ou experiências de amor confuso durante a infância.
Por que isso acontece
Quando crescemos em ambientes onde amor e dor vinham juntos — como pais imprevisíveis, críticos ou emocionalmente ausentes — o cérebro aprende uma associação equivocada: “amar é perigoso”.
Com o tempo, esse padrão emocional se instala no corpo e cria uma espécie de curto-circuito afetivo.
O adulto quer se relacionar, mas teme se entregar. Quer sentir prazer, mas carrega culpa. Quer seguir em frente, mas ainda se sente preso ao passado.
Essa mistura entre desejo e defesa é o que alimenta a confusão de sentimentos — e o corpo reage com ansiedade, tensão muscular, cansaço e até sintomas psicossomáticos.
Como identificar se você está confuso emocionalmente
A confusão de sentimentos pode aparecer em situações simples, como:
- Dificuldade em tomar decisões, especialmente nas relações;
- Oscilações de humor sem motivo aparente;
- Sentir amor e raiva pela mesma pessoa;
- Falar uma coisa e sentir outra;
- Dúvida constante se está no “caminho certo”;
- Sensação de estar desconectado de si mesmo.
Esses sinais indicam que há partes suas em conflito, e que talvez o seu sistema emocional ainda não se sinta seguro para escolher.
O que fazer para sair da confusão emocional
- Pare de tentar decidir com a cabeça o que o corpo ainda não resolveu.
A clareza emocional não vem da razão, vem da integração das partes internas que estavam em guerra. - Nomeie o que sente, mesmo que pareça contraditório.
“Eu amo e tenho raiva.” “Eu quero e tenho medo.” Quando você nomeia, o corpo começa a relaxar, e a energia que estava presa entre polos opostos começa a circular. - Observe o corpo.
Onde essa confusão se manifesta? No peito, no estômago, na garganta? O corpo é o primeiro a sentir o que a mente ainda não entendeu. - Procure ajuda terapêutica.
Processos como o Programa Resiliência trabalham exatamente essas camadas emocionais, permitindo que o sistema nervoso se reorganize e o coração volte a se sentir seguro para amar, escolher e viver.
A confusão de sentimentos não é fraqueza, é memória
Quando você se sente confuso, não é porque há algo errado com você. É porque há algo antigo dentro de você tentando ser ouvido.
O corpo guarda histórias que a mente já esqueceu — e a confusão emocional é o modo que o inconsciente encontra de dizer: “ainda dói, mas eu quero curar.”
Reconhecer isso é o primeiro passo para transformar o caos em consciência e a confusão em clareza.